Leia a República

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Stuart Carvalhais, ilustração para um bilhete postal de propaganda ao jornal República. Década de 1910.

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de Aguiar da Beira para o Mundo

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VAMOS REPUBLICAR

Neste blog, pretendemos, de uma forma original e criativa, dar a conhecer alguns aspectos da 1.ª República portuguesa. E outras curiosidades desse tempo...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

LETRAS PEQUENINAS

Uma obra de Maria Paula de Azevedo, destinada aos mais pequenos:


Na sua «Breve história da literatura para crianças em Portugal», da Biblioteca Breve, Natércia Rocha afirma, na página 59:
«Está-se em plena fermentação: forte propaganda republicana com ideais de difusão cultural, avanço tecnológico exigindo expansão para produtos vários, crescimento demográfico enchendo as escolas, reflexos do Romantismo e da agitação expressa pela chamada Geração de 70. A legislação derivada da Constituição de 1911 apresenta projectos importantes para as crianças: bibliotecas escolares, definição dos objectivos da educação, ensino primário gratuito e obrigatório. Na referida Constituição de 1911, no n.º 4 do artigo 3.º do título III, consigna-se a liberdade da criança; desenvolve-se o ensino infantil oficial, que durará até 1936. O reconhecimento de que a criança passou a ser consumidor forte de leitura - mesmo que indirectamente - constitui fenómeno da primeira metade do século XX.»

Na página 60, lê-se:
«Entre 1900 e 1911, surgem quatro jornais para crianças e é após esta última data que se firmam os grandes nomes, tanto de páginas e suplementos como de jornais independentes: «ABCzinho», «Notícias Miudinho», «Pim-Pam-Pum», «Correio dos Pequeninos», e mais tarde «O Sr.Doutor», «O Papagaio», «O Mosquito», «O Cavaleiro Andante», e outros.(...) Não devem ser esquecidos, neste início de século, «O Gafanhoto» dirigido por Henrique Lopes de Mendonça e Tomaz Bordalo Pinheiro, com cuidada apresentação, «O Jornal dos Pequeninos», dirigido por Ana de Castro Osório e em 1911 «Revista Infantil» sob a direcção do seu proprietário, J.Fontana da Silveira.»

Outros nomes:
Henrique Marques Júnior, responsável pela «Biblioteca das Crianças, que publica, entre 1898 e 1910, 13 títulos, incluindo contos de Grimm e de Perrault;
António Figueirinhas, responsável por outra «Biblioteca das Crianças» e, em 1912, por «Contos para as crianças»;
Maria O'Neill, responsável pela «Biblioteca para a Infância», cujo primeiro título surge em 1913;
Maria Paula de Azevedo, responsável pela «Biblioteca Branca», de 1922;
Virgínia de Castro e Almeida, responsável pela colecção «Biblioteca para os Meus Filhos», de 1907.

E muitos mais escritores enriqueceram o espólio da literatura para criança...

Carolina Beatriz Ângelo

A proclamação da República em 1910 acalentou nas mulheres a esperança do reconhecimento do direito ao voto. «E, nesta crença, a médica Carolina Beatriz Ângelo, viúva e mãe, escudando-se no facto de o Código Administrativo então vigente conceder aos «chefes de família» o direito de voto nas eleições municipais, requereu o seu recenseamento como eleitora. A inscrição foi-lhe primeiramente negada, mas finalmente concedida por decisão do tribunal. Deste modo, no dia 28 de Maio de 1911, ela votou, «tendo sido não só a primeira portuguesa, mas a primeira latina a fazê-lo.» A desilusão, porém, não se fez esperar, pois a lei eleitoral de 1913 corrigiu esta ousadia, restringindo o direito de voto apenas aos cidadãos de sexo masculino.»

Sousa, Maria Reynolds (1985), «As primeiras deputadas portuguesas», in A Mulher na sociedade portuguesa, visão histórica e perspectivas actuais, Actas do colóquio de 20 a 22 de Março de 1985, Instituto de História Económica e Social, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929)

A morte de Inês


Tornou-se, em 1901, professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde se formara na sua juventude. Em 1914, Bordalo Pinheiro foi nomeado pelo novo regime republicano, então recentemente instaurado, para o cargo de director do Museu Nacional de Arte Contemporânea.

AQUILINO RIBEIRO

Paço do Fontelo, em Viseu

Rua do Arco, em Viseu



Nasceu em 1885, no Carregal da Tabosa, Sernancelhe, e faleceu em Lisboa, em 1963. Em 1933, recebeu o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, pela publicação da obra “As Três Mulheres de Sansão” e, em 1935, foi eleito seu sócio correspondente. Em 2007, a Assembleia da República homenageou o homem e o escritor, transferindo, com honras de Estado, o seu corpo para o Panteão Nacional de Santa Engrácia.

Em 1907, escreve «A filha do jardineiro», em parceria com José Ferreira da Silva, obra de ficção que serve a propaganda republicana. Aquilino mostra-se crítico face às figuras do regime monárquico, defendendo sempre o ideário republicano.


Aquilino, sempre que voltava à Beira, visitava Viseu. Diz-se que a primeira entrada de Aquilino em Viseu se fez pela Porta dos Cavaleiros, na Rua do Arco.

Aquilino esteve preso no Paço do Fontelo, de onde se evadiu.