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Stuart Carvalhais, ilustração para um bilhete postal de propaganda ao jornal República. Década de 1910.

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Neste blog, pretendemos, de uma forma original e criativa, dar a conhecer alguns aspectos da 1.ª República portuguesa. E outras curiosidades desse tempo...

terça-feira, 16 de março de 2010

ADELAIDE CABETE



(desenho de Jorge Vaz)


Adelaide Cabete é uma das figuras mais importantes da História portuguesa do início do século XX. Nascida em Elvas, em 25 de Janeiro de 1867, foi médica e professora. Faleceu em Lisboa, no dia 14 de Setembro de 1935. De origem humilde, desde criança conheceu o duro trabalho da ameixa e o doméstico, servindo em casas ricas de Elvas, nas quais, de ouvido, aprendeu sozinha os rudimentos da escrita e da leitura. Cantando a moda «Saias» na passeira das ameixas, atraiu a atenção de Manuel Cabete; casaram-se e o marido, que a ajudava nas tarefas domésticas, lançou-a nos estudos e na militância republicana e feminista. Já tinha 22 anos quando fez o exame da instrução primária. Em 1895, o casal muda-se para Lisboa e Adelaide revela-se uma aluna ainda mais aplicada, dizendo-se que, enquanto lavava o chão de sua casa, ia revendo as matérias de Anatomia. Forma-se em Medicina, como médica ginecologista/obstetra.


Com outras mulheres também importantes, criou e integrou organizações feministas, exercendo nelas diversos cargos. Durante mais de 20 anos foi Presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas. Escreveu dezenas de artigos, de temática diversa, essencialmente de carácter médico–sanitário e cariz feminista. Manifestou as suas preocupações sociais, apresentando soluções e medidas profilácticas contra doenças e epidemias.

Preocupou-se sempre com as mulheres grávidas pobres, com as as crianças, as prostitutas e os indígenas (Angola). Quando escrevia contra os monárquicos manifestava os seus ideais republicanos, confirmados no interior da Liga Republicana das Mulheres, a que esteve ligada. De ideias progressistas e muito avançadas para a época, reivindicou para as mulheres o direito a um mês de descanso antes do parto.

Alguns factos marcam a sua vida pública, com actos simbólicos de cidadania e patriotismo. Em 1910, com duas companheiras, coseu e bordou a bandeira nacional hasteada na implantação da República, na Rotunda, em Lisboa. Em 1912 reivindicou o direito ao voto por parte das mulheres. Em 1933 foi a primeira e única mulher a votar em Luanda a Constituição Portuguesa.

Mulher dinâmica, de forte personalidade e grande frontalidade, Adelaide Cabete deixa-nos uma obra importante ao nível da intervenção social, defendendo a instrução e o acesso aos cuidados de saúde, sobretudo no que toca à saude materna e infantil.

(com base na informação recolhida em http://www.aph.pt/uf/uf_0412.html)

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